Por MAX AUGUSTO*
*Jornalista, Editor de Política do JORNAL DA CIDADE e do BLOG DO MAX
Faltam exatamente seis meses para a eleição municipal, mas em Aracaju muita coisa ainda está indefinida. As composições estão em aberto e o momento é de afunilamento, mas também de muitos boatos. Vamos aos candidatos.
O prefeito João Alves Filho (DEM) é candidato natural à reeleição. E candidato forte, mesmo com todo o desgaste que impõe uma administração em tempos de crise. Político experiente, João larga já com uma boa parcela do eleitorado, contando com a máquina da Prefeitura – que se for bem gerida, acaba sendo uma inegável e natural aliada eleitoral.
João tem tido dificuldades para aglutinar partidos e fortalecer uma possível reeleição. Mas como gosta de deixar os anúncios políticos para a última hora, pode surpreender aos 45 do segundo tempo. Circulam informações de que a família do prefeito pediu que ele não participasse do processo eleitoral, mas esse pedido também teria sido feito há quatro anos, e João está aí do mesmo jeito.
Há ainda a má avaliação da sua gestão e o receio gerado pela retomada do processo judicial que apura a chamada Operação Navalha – sem falar da citação na Lava Jato. Mas anote aí, no jogo da corrida eleitoral, não apostaria fichas na saída do Negão.
O fato é que hoje João possui ao seu lado o seu desgastado DEM, o PPS e o PSDB – que chega revigorado pela polarização com o PT. O grupo dos irmãos Amorim anuncia candidatura própria mas sua ligação com João é fraternal e esse apoio é quase que lógico.
O grupo de partidos liderados pelo PSC do senador Eduardo Amorim e do deputado federal André Moura flerta com outras siglas. Anunciam candidatura própria, mas mantém conversas com Valadares Filho e Edvaldo Nogueira, e não fecham as portas para ninguém. Se não possuem forças para ganhar a eleição na capital, sua colaboração pode contabilizar uma ajuda importante no que poderá ser uma eleição muito acirrada.
Valadares Filho
Tendo disputado o comando da prefeitura em 2012, perdendo pra João Alves, Valadares Filho surge numa posição confortável de oposição ao prefeito. Desde o final da eleição anterior ele soube polarizar, marcar território como o “anti-João”, o que é bom, quando se trata de uma administração desgastada.
Sempre fazendo críticas pontuais, ele permanece na mídia e tem sido muito lembrado pelos eleitores, além de ter saído na frente, anunciando o apoio de um importante partido, o PSD – o que gerou muita polêmica. Nos bastidores se fala que já estaria fechada também uma aliança com o PDT do prefeito Fábio Henrique, que indicaria o vice.
Confirmada essa coligação, VF teria uma largada forte. Vale lembrar que depois de anunciar o apoio do PSD e de refutar o PT em sua chapa, o pré-candidato praticamente selou seu destino: tornou mais difícil contar com o apoio do governador Jackson Barreto (PMDB).
Entra aí Edvaldo Nogueira (PC do B), prefeito que saiu da administração sob muitas críticas, mas que agora vem sendo lembrado como bom gestor. Ele luta para ter o apoio de Jackson Barreto, mas apesar de serem aliados históricos, pessoas próximas a JB dizem que Edvaldo, quando esteve na prefeitura, não deu muita atenção ao atual governador.
Mas essa aliança é factível e se for concretizada, é forte também. Pesa contra Edvaldo estar em um partido pequeno, com pequena base eleitoral na capital. Aliados reclamam também que Edvaldo não se mobilizou para construir uma candidatura: não visitou bairros, lideranças populares e partidárias, não manteve diálogo mais próximo com os partidos. E ficou só.
E chegamos a Zezinho Sobral (PMDB), que tenta viabilizar seu nome. Que ninguém o avalie como balão de ensaio. Zezinho ganhou a confiança do governador, como um auxiliar próximo e eficiente, que recebeu uma dura missão, comandar a secretaria da saúde. Ele conseguiu acalmar as coisas por lá, melhorou a gestão e o diálogo com médicos e servidores.
Zezinho ganhou carta branca do governador para trabalhar o seu nome, e tem corrido atrás, mantendo uma agenda forte de visita aos bairros. Em alguns desses eventos o governador o leva à tira-colo. Se entrar no páreo, é candidato pra dar trabalho, pois contará com a força e a expertise política de Jackson Barreto em Aracaju.
Pouca gente conhece as ruas, as lideranças e o funcionamento da máquina eleitoral da capital sergipana como Jackson. Se usar seu arcabouço político a favor de um nome, ninguém duvide do potencial. Mesmo com o desgaste de governar o estado em tempos de vacas magras, Jackson possui eleitores fieis, serviços prestados, obras – e já mostrou mais de uma vez que consegue eleger um ilustre desconhecido. E temos aí os principais nomes que estão no jogo.
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