Poder e Cotidiano em Sergipe
“Precisamos de mais recursos para manter a Saúde em pleno funcionamento”, diz José Sobral 23 de Fevereiro 17H:05

“Precisamos de mais recursos para manter a Saúde em pleno funcionamento”, diz José Sobral

O secretário de Estado da Saúde, José Sobral, concedeu entrevista ao radialista Gilmar Carvalho na manhã desta segunda-feira, 23, onde apresentou o trabalho que vem sendo desenvolvido pela gestão para garantir a assistência aos sergipanos tanto na capital quanto no interior. Ele iniciou a participação esclarecendo sobre o incêndio que ocorreu na tarde de ontem, 22, no prédio da Central de Logística (Celog) da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) e sobre os trabalhos desenvolvidos nos primeiros 40 dias frente à pasta da Saúde do Estado, José Sobral destacou as visitas às unidades da capital e do interior. 


“A nossa meta é abastecer a Celog para que em 30 dias não tenha desabastecimento na rede. Na última sexta-feira, 20, recebemos uma nova carga de medicamentos. Infelizmente, o incêndio aconteceu. As equipes técnicas da SES e da FHS estão contabilizando os prejuízos e o Corpo de Bombeiros se somou para a apuração das causas e apresentação do laudo técnico.

Identificamos que os medicamentos oncológicos de alto custo que estavam armazenados em câmaras frias e freezeres não foram prejudicados. Mas, 30% destes medicamentos que ficam foram do ambiente climatizado foram prejudicados pelo calor. As maiores perdas foram de medicamentos antibióticos e psicotrópicos, além de material de patrimônio (mesas, cadeiras, aparelhos de ar condicionado)”, explicou José Sobral.


“Trabalhamos muito para montar o material e disponibilizar para a Rede Hospitalar. Infelizmente tivemos perdas, vamos recompor e recomeçaremos o trabalho. Do material perdido, estamos verificando o que seria direcionado para cada unidade para providenciar a imediata reposição”, afirmou o secretário.


Ainda de acordo com o gestor, “o sinistro ocorreu de forma inesperada e não há histórico de acontecimentos desta natureza na CELOG. Trata-se de um local reformado, seguro e bastante elogiado até pelos órgãos fiscalizadores. Estamos aguardando a apuração do laudo técnico”.


Unidades
Sobre os trabalhos desenvolvidos nos primeiros 40 dias frente à pasta da Saúde do Estado, José Sobral destacou as visitas às unidades da capital e do interior. 


“Foi uma grata surpresa chegar a estes locais porque percebi que existem pessoas dedicadas, que mostram o trabalho e até os problemas. Tive a oportunidade de ver o bom, a quantidade de qualidade de atendimento e até o que vinha faltando. Estive, por exemplo, na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, que foi premiada pelo Método Canguru, pelo brilhante trabalho com as crianças que nascem abaixo do peso. Enfim, os profissionais em todas as unidades mostraram as dificuldades, os problemas com a superlotação, mas encontrei uma motivação muito grande para prestar o serviço de socorro”, destacou.


Durante a entrevista, o secretário foi abordado sobre as queixas de agressões aos médicos dentro do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse).  “O mais importante é saber em que circunstância ocorreu. Estamos solidários ao médico. Sabemos que é fruto do desespero mas é preciso, também, de discernimento para também ser ajudado. Na triagem, o profissional identifica qual é a área que a pessoa deve ficar de acordo com o seu problema, para que seja atendido. Temos discutido meios de melhorar as formas de entrada, principalmente para os finais de semana”, afirmou José Sobral.


Durante a entrevista, uma ouvinte agradeceu a José Sobral e toda equipe da SES e FHS pelo atendimento de uma familiar no Huse.  Após sofrer um acidente motociclístico, ela precisou ser encaminhada à UTI. O secretário, por sua vez, comentou que o bom atendimento e o êxito no tratamento da paciente é mérito da dedicação de toda a equipe da unidade.


“Os profissionais do Huse são dedicadíssimos e lutam pela vida. Só neste carnaval, o Huse atendeu a mais de 1900 pessoas, que receberam a mesma dedicação de todos os profissionais que estavam de plantão. Desses, 178 foram vítimas de acidente motociclístico. Discutimos propostas que podem ser feitas para melhorar e regulamentar isso. As vítimas têm sequelas gravíssimas e podem ficar inutilizadas por toda a vida. É uma questão que a sociedade precisa discutir”, apontou o secretário.


O gestor destacou ainda que “o Hospital Regional de Nossa Senhora do Socorro está realizando uma média de 80 cirurgias por mês. O Hospital Regional de Propriá está em fase inicial de cirurgias ortopédicas para desafogar o Huse. Fazemos sempre um alerta para os cuidados com as motos, a não mistura de álcool e direção, evitar a alta velocidade, etc”.


José Sobral enfatizou ainda sobre o problema do subfinanciamento da Saúde em todo o Brasil que, também, compromete no orçamento da Saúde Estadual.


“Precisamos de mais recursos para manter a Saúde em pleno funcionamento e adquirir mais medicamentos. A saúde evoluiu bastante, mas está cara porque temos uma demanda crescente e o custo é alto. Os municípios vêm fazendo sua parte com a atenção básica e contribuem bastante para desafogar a rede mais complexa, no caso o Huse. Com as UPAs funcionando bem, a demanda do Huse cai significativamente. Os atendimentos de baixa complexidade foram poucos no Carnaval no Huse porque as UPAs funcionaram. É preciso sempre regular a saúde. Assim que o paciente sai da UTI, ele pode ser removido par uma unidade de retaguarda”, pontuou.


“Temos que dividir competências: Estado, União e Municípios. A União passa 16 milhões e o estado 53 milhões. Porquê essa discrepância? Temos que melhorar isso. A SES responde a quase 2500 ações entre ações civis públicas e ações individuais para tratamentos e cirurgias. A judicialização causa distorções. Precisamos ter um diálogo mais eficiente com Defensoria Pública, Ministério Público e Tribunal de Justiça para ter uma resposta da rede mais justa e menos onerosa. Para se ter uma ideia, dos 23 milhões gastos pelo Estado com a Saúde, 14 milhões são de processos judicializados. O Ministério gasta somente 5 ou 6 milhões. Se pudermos melhorar a relação com a justiça, reduziremos os custos e ampliaremos o o atendimento”, enalteceu.


O secretário apontou outros problemas na rede como a dificuldade para contratação de alguns médicos especialistas. “Temos dificuldades para recrutar médicos cirurgiões toráxicos, cirurgiões pediátricos e intensivistas para atuar nas UTIs. Temos excelente estrutura e capacidade tecnológica instalada. Precisamos colocar para funcionar para dar continuidade”, ressaltou.


Radioterapia
Ainda durante a entrevista, José Sobral destacou a visita ao ministro da Saúde, Arthur Chioro, no início de fevereiro, onde, na ocasião, estava acompanhado do governador Jackson Barreto. Dentre as solicitações, o ministro garantiu a instalação de Acelerador Linear para a Unacon (Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia) do Huse. O novo aparelho vai duplicar a capacidade de atendimento radioterápico.


“O problema do câncer é sério e preocupante. Nos empenhamos ao máximo para que o paciente oncológico não fique sem o tratamento que precisa. Fomos a Brasília buscar o que já estava em andamento. Existem dois equipamentos de radioterapia a serem instalados em Sergipe: um no Hospital Cirurgia, fruto de uma emenda parlamentar, e o segundo equipamento para o Huse, que está dentro do Programa de Expansão da Radioterapia do Ministério da Saúde. Fomos falar pessoalmente com Arthur Chioro para pedir o cronograma para essa instalação”, comentou.


José Sobral explicou ainda que “já existe no Huse uma área determinada, um projeto aprovado pelas agências nacionais que regulamentam o serviço de radioterapia, para a implantação de mais um equipamento e a construção do abrigo para acomodá-lo.  O ministro garantiu que será feito agora em 2015. Nossa previsão é para início em março. Voltaremos essa semana a Brasília e cobraremos a data. Há esperança que, em 2015, com a chegada da iniciativa privada, a instalação desses dois novos equipamentos, fortaleceremos o tratamento de radioterapia em Sergipe, sem precisar mais encaminhar os pacientes para Salvador, como estamos já fazendo”.

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