Jackson Barreto lembra que zerou o déficit de salas de aula que existia na época
O ano era 1985 e o retrato do sistema público educacional da capital sergipana não era bom. Na época, dez mil crianças na faixa-etária dos sete aos 14 anos estavam fora da escola. Segundo o governador Jackson Barreto (PMDB), ex-prefeito de Aracaju, esse foi um dos maiores desafios que precisou encarar, à frente da administração municipal, em 1986 – na primeira eleição direta desde o golpe militar, Jackson foi eleito com a maior votação do país, em termos proporcionais.
“Quando assumimos a Prefeitura, Aracaju tinha um déficit de mais de dez mil crianças fora da escola, na faixa etária de 7 a 14 anos, que era de responsabilidade do município. Com a minha segunda gestão, construímos 23 escolas e zeramos o déficit escolar de Aracaju. Foi uma grande vitória”, relembra Jackson Barreto.
Jackson construiu 23 escolas e 12 creches em Aracaju, durante os seus dois mandatos de prefeito (iniciados em 1986 e 1992). Antes dele, a última escola municipal havia sido construída há vinte anos. O quadro de escolas públicas à época não chegava a 80, sendo que 35 eram estabelecimentos conveniados, sem nenhuma estrutura decente que fizesse valer a alcunha de “centro do saber”.
A professora Iara Maria Campelo Lima, 63 anos, foi uma das personagens centrais desse projeto de Jackson Barreto. Na época, Iara Campelo foi coordenadora de Ensino do Primeiro Grau, e mais tarde secretária adjunta do então secretário municipal de Educação Jorge Carvalho. Ela conta com orgulho que um dos grandes diferenciais na época em que Jackson estava à frente da Prefeitura de Aracaju, além de construir unidades e qualificar professores, era a preocupação em batizar as escolas novas com nomes de figuras históricas que contribuíram para o desenvolvimento do Brasil, como forma educativa, a exemplo da escola municipal que leva o nome do saudoso sergipano Orlando Dantas, no bairro Veneza; da Escola Juscelino Kubitschek, na Coroa do Meio; da Escola Alcebíades Vilas Boas, no bairro Industrial e da Escola Olga Benário Prestes, no Santos Dumont.
E foi justamente com o nome de Olga Benário Prestes, esposa do lendário Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, que Jackson inaugurou em 1987 a primeira escola de sua gestão, lá no bairro Santos Dumont, zona Norte. Segundo Iara Campelo, a solenidade pode ser considerada antológica, por um motivo simples: Luiz Carlos Prestes e sua filha, Anita Leocádia Prestes, participaram do ato histórico.
“Foi um grande evento. Um dia muito importante para a história de Aracaju e Sergipe. Lembro-me que Luiz Carlos Prestes ficou bastante emocionado. Havia uma multidão nos aguardando. Sua filha, Anita, também se emocionou. Jackson foi feliz ao escolher o nome da esposa de Prestes para ser eternizada numa escola”, relembra.
Iara Campelo destaca ainda que a educação em Aracaju pode ser vista e dividida em dois momentos: antes e depois de Jackson Barreto. “Porque ele fez uma verdadeira revolução”, conta, ao destacar que foi na gestão de Jackson que a Administração Colegiada foi, de fato, implantada.
Com as escolas erguidas, foram registrados avanços, como a diminuição do déficit escolar, a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, a redução gradativa do número de alunos por turma até se alcançar os parâmetros de vinte alunos por sala na pré-escola e de trinta alunos/turma no segundo grau.
Concurso público
Jackson também lançou concurso público para o magistério, interrompendo um hiato de duas décadas desde o último certame. Com escolas novas, novos professores eram necessários. “Na época, nosso princípio básico era qualidade, acesso e permanência, e isso só se dá dentro de uma processo democrático. Havia vinte anos que não se fazia concurso público e vinte anos que não se construía uma escola. As escolas conveniadas que existiam não tinham qualidade e representavam, na maioria das vezes, um campo eleitoral”, reforça Iara Campelo, em tom de nostalgia.
Para sintetizar a atuação de Jackson Barreto na Prefeitura de Aracaju no que se refere à educação, Iara Campelo foi categórica. “Definiria como participativa e compromissada. A figura do então prefeito e hoje governador Jackson Barreto representa isso com a política educacional”.
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