“Fui convidado para integrar o PMDB”

Nesta entrevista concedida ao BLOG DO MAX/JORNAL DA CIDADE, o senador Eduardo Amorim (PSDB) confessou que antes de pousar no ninho tucano, havia sido convidado para o PMDB. Ele disse que o convite da direção nacional ao deputado federal André Moura foi feito depois. Amorim também falou sobre as questões políticas do Estado. Mesmo dizendo que só pretende discutir política no ano da eleição, ele voltou a garantir que seu projeto é disputar o Governo, num bloco onde a oposição saia unida. Confira abaixo o bate-papo com Eduardo Amorim.

BLOG DO MAX - O clima está esquentando. Já foi dada a largada para a eleição de 2018?
Eduardo Amorim – Para mim, não. Eleição só em ano eleitoral.

BM - O senhor mantém o desejo de disputar o Governo do Estado? Poderia recuar dessa ideia e encarar uma disputa pelo Senado ou pela Câmara?
EA – Sim. Já coloquei meu nome à disposição do nosso bloco político. Hoje estou preparado, como estive em 2014. Conheço a realidade e tenho o diagnóstico para os problemas do Estado, bem como, as soluções. Muito dos problemas não são de agora, muito do que falamos em 2014 está ocorrendo no dia a dia. Hoje, o Estado vive um desgoverno, como só pensam em política, colocaram o vice na cadeira e ele já está em campanha pelo Estado. Enquanto isso, a geladeira do servidor está vazia, a Educação péssima, a Saúde um caos e nenhum cidadão tem mais segurança. Não há planejamento no atual Governo; já sobre recuar, não penso nessa hipótese neste momento.

BM - Existe a possibilidade de o senhor e do deputado André Moura apoiarem o nome do senador Valadares para o Governo?
EA – Essa é uma decisão que tomaremos na hora e no momento adequado, e a hora para isso é o início do próximo ano. Neste momento, eu particularmente, não concordo que seja definido nome nenhum. Que os nomes sejam postos, mas a definição somente em 2018. Tudo na hora certa, no momento certo.

BM - A visibilidade que André Moura está tendo, graças ao posto de líder do Governo, torna o deputado uma boa opção para disputar o Governo do Estado? O senhor estaria disposto a apoiar Moura para o Governo?
EA – O deputado federal André Moura é, sem dúvidas, um desses nomes do bloco. Ele está preparado para ocupar qualquer cargo, não só proporcional, como também, majoritário. O nome que for escolhido, nós vamos defender.

BM - Quando do apoio político à candidatura de Valadares Filho à Prefeitura de Aracaju, foi firmado algum acerto para 2018? O apoio a VF foi condicionado ao apoio ao seu nome e ao de André Moura em 2018?
EA – À época, firmamos a união dos blocos políticos, desde então planejamos não só aquela eleição, mas também, concretizamos uma união para um momento mais à frente. Espero que essa união vá muito além de 2018.

BM - Qual será o destino político do senador Valadares e do seu filho, em 2018?
EA – É difícil falar sobre o destino dos outros, mas espero que estejamos juntos para salvar Sergipe. Sergipe pede socorro.

BM - O senhor já esteve em uma coligação com o PT e PC do B. Descarta que isso se repita em 2018?
EA – Historicamente, PT e PSDB não congregam da mesma política.

BM - O PSDB nacional já apontou alguma definição para Sergipe? A Executiva Nacional prefere uma candidatura ao Governo ou ao Senado?
EA – A definição das chapas majoritárias e proporcionais no próximo ano será da Executiva Estadual do PSDB. Sobre essas formações, a Nacional não impõe, sempre nos deixou bem à vontade, eles confiam na nossa decisão.

BM - Quem o senhor defende que seja o nome do partido em 2018? Os tucanos estão se bicando pela escolha do próximo candidato a presidente?
EA – Temos dois nomes importantes para colocar à disposição do povo brasileiro, o do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito de São Paulo, João Doria. Os dois já demonstraram que possuem capacidade para colocar o País no rumo certo. Então, a Executiva Nacional avaliará, no momento certo, o melhor nome para a eleição do próximo ano.

BM - O seu irmão, Edvan Amorim, continuará lhe dando apoio político em 2018? Há comentários de que ele pretende afastar-se da política.
EA – Todo e qualquer irmão sempre dará apoio a outro irmão.

BM - O senhor tem mantido uma posição crítica ao Governo Temer. Isso não gera um afastamento do seu ainda aliado André Moura, que é líder do presidente no Congresso?
EA – Mantenho uma posição independente e de coerência. Concedo apoio ao que é bom para o coletivo e crítico para o que é prejudicial ao país, como foi o caso do meu voto contrário à reforma trabalhista e será contrário à reforma da Previdência. Reafirmo que minhas posições neste ponto não me afastam de André Moura. Sempre estamos juntos, recentemente integramos as agendas em visitas pelos municípios de Sergipe.

BM - O senhor visualiza movimentações no sentido de entregar o PMDB em Sergipe a André Moura? Isso pode acontecer?
EA – No início do ano, fui convidado para integrar o PMDB, mas já tinha firmado antes um compromisso com o PSDB e assim mantive. Depois, André foi convidado, tenho certeza que ele tomará a decisão mais assertiva.

BM - E a reforma política? O que deve ser aprovado? Qual o seu posicionamento?
EA – Espero que não seja mais um "remendo", mas sim que corresponda aos anseios da sociedade brasileira. Espero que seja aprovado o fim das coligações, o fim da reeleição, a unificação dos mandatos. O povo está mais participativo, mais interessado nas decisões políticas, e nós, políticos, não devemos ver isso com receio ou com medo. Devemos ter, sim, atitude, atitude para mudar, para direcionar, para buscar, com certeza, um País melhor e muito mais justo. Essas manifestações públicas são o principal termômetro para discutirmos, mais do que nunca, a reforma política, entre outras tantas reformas.

Foto: Ascom/Eduardo Amorim