Poder e Cotidiano em Sergipe
Aracaju precisa de uma campanha honesta, técnica e “pé no chão” 25 de Abril 13H:19

Aracaju precisa de uma campanha honesta, técnica e “pé no chão”

MAX AUGUSTO
*Jornalista, Editor de Política do JORNAL DA CIDADE e do BLOG DO MAX

 

Uma das justificativas mais ouvidas de quem defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) é de que ela teria mentido durante a campanha eleitoral, fazendo promessas que não conseguiu cumprir – e, em alguns casos, fazendo exatamente o contrário. Sem entrar em maiores detalhes sobre o impeachment, vamos ao que interessa: essa afirmação tem muito a ver com a eleição deste ano em Aracaju.


Sim, a capital elegeu um prefeito que não vem conseguindo cumprir suas promessas. Mas isso não chega a ser novidade no cenário político. O problema, mais do que as promessas, foi a condução da última campanha eleitoral em Aracaju.

 

Os candidatos que disputaram a prefeitura exageram nas promessas, fizeram uma campanha megalomaníaca, falando em BRT, VLT e outras boas propostas – mas de difícil execução.

Naquela ocasião, o JORNAL DA CIDADE publicou um editorial profético, questionando que os candidatos estavam discutindo grandes propostas, projetos faraônicos, mas ninguém falava do trivial: como administrar as coisas básicas da cidade, mantendo a capital limpa, tapando buracos e outras coisas do gênero. Pudemos observar, mais do que nunca, que o editorial aconselhou bem os candidatos.

 

Veja, não vai aqui uma crítica aos homens que pensam o futuro, que anteveem grandes obras e projetos. Imaginar a cidade para daqui a 30 ou 50 anos é necessário, sim. E hoje sabemos disso, quando dirigimos pelas Avenidas Hermes Fontes e Desembargador Maynard. São um belo exemplo de obras que não foram pensadas para o futuro. Além de não comportar o atual tráfego de veículos, quem as planejou não deixou áreas suficientes para a implantação de ciclovias, BRT, VLT, calçadas mais amplas...

 

É preciso pensar o futuro em cada obra, realizando um planejamento estratégico, interligando as obras. Mas é preciso fazê-lo de forma técnica, sabendo quanto a prefeitura dispõe de recursos e realizando um planejamento a longo prazo. Traduzindo: não dá para prometer entregar um sistema como o BRT, por exemplo, em quatro anos.

 
Orçamento
Para a campanha de 2016, os pré-candidatos precisam mostrar aos eleitores o que vão fazer para manter a cidade limpa, para tapar os buracos. Precisam mostrar o planejamento que possuem para a capital, as obras que deixarão para as próximas décadas. Mas precisam também fazer tudo isso de forma técnica respeitando o orçamento.

 

Para 2016, Aracaju contou com um orçamento de R$ 1,7 bilhão. Durante a campanha, os candidatos já terão em mãos o orçamento da cidade para 2017. Com isso eles podem apresentar à população propostas factíveis, mostrando onde e como pretendem aplicar cada centavo. Vão economizar onde, neste momento difícil? Vão investir em que? Suas promessas, suas ideias, cabem neste orçamento? É isso que os eleitores precisam saber.

 

 Foto: Jorge Henrique

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