Poder e Cotidiano em Sergipe
ANDRÉ MOURA: “Estou com Eduardo Cunha para o que der e vier” 27 de Julho 9H:17

ANDRÉ MOURA: “Estou com Eduardo Cunha para o que der e vier”

Deputado federal diz ainda que sentimento mais forte o grupo ainda é pela candidatura própria, em Aracaju


O deputado federal André Moura já articula o posicionamento do seu partido para as eleições municipais. Em Aracaju, ele diz que pode apoiar qualquer candidatura (inclusive do PC do B, que não tem mantido contato) que seja de oposição ao governo do estado. Ele avisou que seu grupo pode lançar candidatos próprios nos quatro municípios da Grande Aracaju e falou, que tem conversado muito com o deputado federal Valadares Filho (PSB).


Sobre o PSDB, Moura diz que um possível vice de João Alves teria de ser consenso do grupo que integra – e não de João. Ele fala que seu grupo nunca foi convidado para participar da gestão do DEM em Aracaju, e insiste que indicar o vice é ponto fundamental para manter a atual aliança. Leia a seguir a conversa, onde ele ainda fala sobre sua proximidade com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
 
BLOG DO MAX- O prefeito João Alves Filho disse na semana passada que, caso dispute a reeleição, ele mesmo escolherá seu candidato a vice. O que o senhor achou disso?
André Moura - Como dizia o célebre humorista Millôr Fernandes, “o livre pensar é só pensar”. O prefeito tem direito de pensar e de falar livremente sobre o que quiser. Mas, como até os Arcos da Orla da Atalaia sabem, política se faz com diálogo, composição de ideias e somação de forças.


Da forma como a coisa foi colocada por ele, até parece que estaríamos a pedir pelo amor de Deus a doutor João que ele nos permita lhe apoiar em uma futura candidatura à reeleição. E como todos sabem, não é bem assim. Sou amigo do prefeito, que é sabedor dessa minha admiração por sua biografia de homem público. Acho que a sua administração tem acertos em alguns pontos, mas é chegada a hora de contribuirmos diretamente para promover as melhorias almejadas pelos aracajuanos.


BM- A declaração de João inviabiliza a manutenção de uma aliança do PSC com o DEM, em 2016, em Aracaju?
AM - Como disse, política se faz com diálogo, com somação de forças. É plenamente legítimo o prefeito querer escolher o candidato a vice-prefeito dos seus sonhos. Como também é totalmente legítimo ao maior agrupamento de oposição em Sergipe condicionar sua participação na chapa majoritária como ponto fundamental para manter a atual aliança ou para compor uma nova aliança eleitoral em 2016. Faz parte do jogo. Toda eleição é uma disputa de espaço de poder, algo legítimo do ponto de vista da política. E vale lembrar, nós sempre defendemos uma candidatura vinda do grupo.


BM- O senhor chegou a declarar que o PSC só apoiaria João Alves se indicasse o vice. Isso ainda vale? E se o vice for indicado por outro partido ligado ao grupo dos irmãos Amorim, como o PSDB? Um vice do PSDB contempla o PSC?
AM - Hoje, o sentimento mais forte ainda é pela candidatura própria. Aliás, o grupo pode lançar candidatos próprios nos quatro municípios da Grande Aracaju. Onde não for possível ter candidatura própria, poderemos apoiar um candidato de outro partido.


Trata-se de uma meta de expansão. No caso de Aracaju, poderemos apoiar a reeleição do prefeito João Alves Filho, sim, se ele se dispuser a dialogar. Mas também não descartamos a possibilidade de apoiar qualquer outra candidatura, desde que não esteja unida à base aliada do governo. Isso serve também para as demais composições no restante do Estado. Quanto ao PSDB, ele agora também faz parte do grupo. Sendo assim, que o nome saia de um consenso nosso.


BM- O PSC não integra a administração de João Alves, os próprios membros do partido dizem isso. Mas não integram por quê? Foram convidados? O PSC gostaria de participar da administração municipal?
AM - Atuamos de forma decisiva para garantir a eleição de João Alves Filho e José Carlos Machado ainda no primeiro turno do pleito de 2012. O apoio não foi condicionado, ou seja, não exigimos cargos na administração para apoiar a campanha do prefeito, mas acreditávamos que seria natural que o grupo pudesse contribuir através dos seus quadros com a gestão, o que não ocorreu.


Doutor João nunca nos convidou para discutir questões pertinentes à administração ou sobre políticas públicas. Não obstante, tanto o senador Eduardo Amorim quanto eu próprio alocamos emendas no Orçamento da União para Aracaju e sempre que somos solicitados pelo prefeito abrimos nossos gabinetes para atendê-lo, porque entendemos que eleição é uma coisa e trabalhar em benefício do povo é nossa obrigação.


BM- O PSC pretende conversar com outros partidos sobre a eleição do próximo ano em Aracaju? Está descartado um apoio a Edvaldo Nogueira (PC do B), por exemplo?
AM - Estamos de portas abertas para dialogar, sempre. Tenho conversado com o deputado federal Valadares Filho, com quem mantenho um relacionamento político e pessoal respeitoso. Mas as questões eleitorais envolvem aspectos maiores do que isso. O mais importante deles, neste momento, é nos firmarmos como grupo de oposição ao governo estadual e quem pleitear nosso apoio terá de atender à condição de estar junto conosco nesse projeto de fortalecimento da oposição. Como nunca conversei com o ex-prefeito Edvaldo Nogueira, não sei até que ponto o grupamento dele aceitaria largar o conforto oferecido a quem apoia o grupo da situação.


BM- O senhor falou que o partido pode ter candidato próprio. Quem são as opções? O senhor entraria na disputa? Acha que essa visibilidade nacional, por conta da proximidade com o presidente da Câmara, daria um impulso ao seu nome?
AM - Como já disse, temos como meta expandir o cabedal eleitoral da oposição e isso implica ter candidatura própria onde for possível. Onde não for viável, apoiaremos candidatos de outros partidos. Quanto a mim, pretendo me dedicar de corpo e alma ao mandato que o povo de Sergipe generosamente me concedeu. O trabalho na Câmara dos Deputados exige muito de quem lidera uma bancada e tem atribuições estratégicas nas comissões, como presidências e relatorias, que é o meu caso. Na quarta-feira (22), por exemplo, me reuni com o presidente Eduardo Cunha para tratar da agenda do próximo semestre.


Temos votações importantes, como o segundo turno da redução da maioridade penal e os pontos que não foram analisados na votação da minirreforma política, além do projeto do novo pacto federativo, que visa a garantir mais recursos financeiros para Estados e municípios, hoje vivendo uma completa situação de penúria, de quebradeira mesmo. Então, não há tempo para pensar em candidatura já em 2016.
 

BM- Qual o planejamento do PSC para 2018? Eduardo Amorim sai do partido? E o senhor, quer disputar que cargo?
AM - Hoje, o grupo está concentrado de modo convergente no pleito de 2016. A nossa meta é obter parte expressiva do bolo eleitoral, para nos permitir conquistar empreitadas futuras. O cenário se mostra muito favorável. A questão é simples: o PSC será fundamental nas composições de chapa da próxima eleição, visto que nosso apoio garantirá grande peso político e eleitoral. O senador Eduardo Amorim é nosso líder e onde ele estiver manterá essa missão, esse papel fundamental de organizar a tropa da oposição. Quanto a 2018, o tempo dirá qual será o melhor caminho a seguir.


BM – O senhor avalia que a proximidade com Eduardo Cunha é positiva para a sua imagem? Não gera algum desgaste?
AM - Vejo como muito positiva. Eu faço questão de acompanhá-lo em todos os momentos porque, para mim, aliado de verdade não é aquele que na hora boa elogia e marca presença, e quando o calo aperta sai de fininho, como se não tivesse nada a ver. Ri muito das brincadeiras que fizeram comigo por eu estar junto do deputado Eduardo Cunha nas entrevistas dadas por ocasião do rompimento com o governo, algumas até bem singelas, outras bem maledicentes, mas faz parte do meu caráter e da minha honradez pessoal jamais abandonar um amigo. Estou com ele para o que der e vier porque é um grande homem público e faz um trabalho em prol do Brasil que, no devido tempo, quando essa poeira baixar, terá seu devido reconhecimento, disso não tenho a mínima dúvida.


BM- O que esperar do presidente da Câmara, após o anúncio de que passou a ser, oficialmente, oposição? Como será o segundo semestre, o governo e a presidente terão muita dor de cabeça?
AM - Ele mesmo já disse que uma coisa é o sentimento pessoal que hoje tem do governo e da presidente da República, outra é o papel institucional como presidente da Câmara dos Deputados. Eduardo Cunha é um político habilidoso, sagaz e tem demonstrado que está muito preparado para a missão de liderar o Parlamento. Saberá separar as coisas. No entanto, certamente que as relações com o governo mudam, em prejuízo do próprio governo, não do País. Projetos do interesse da sociedade brasileira não sofrerão retaliação na Câmara dos Deputados porque esse não é o perfil do presidente Eduardo Cunha.

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