Poder e Cotidiano em Sergipe
“A candidatura de Jackson é essencial”, diz Zezinho Sobral 11 de Dezembro 8H:33
PODER | Por Max Augusto

“A candidatura de Jackson é essencial”, diz Zezinho Sobral

Natural de Laranjeiras, Zezinho Sobral é conhecido em Sergipe pelo trato em dialogar com as pessoas. Sobral acumula experiências exitosas na gestão pública, com passagens pela Pronese, secretarias do Trabalho, da Agricultura, Seplag, Casa Civil e da Saúde (onde obteve maior visibilidade) e, agora, na pasta da Inclusão Social.

Zezinho não esconde de ninguém que despertou para política partidária, assumindo em 2018 o Podemos, partido que passou a presidir este mês em Sergipe, como anunciado pelo senador Álvaro Dias.

Em entrevista exclusiva para o BLOG DO MAX, Zezinho Sobral faz um balanço do cenário político nacional e sergipano, fala dos planos do partido de inovar com transparência, ética e eficiência, e da busca por novos parceiros para compor e fortalecer o diretório Estadual.

BM - O senhor será candidato a deputado estadual? 
ZS - Tenho pretensão de propor o nome para disputar próximas eleições para deputado estadual pelo Podemos.

BM - Jackson Barreto é candidato ao Senado? Ele será um bom cabo eleitoral, com tanto desgaste em seu governo?
ZS - Acredito que a candidatura de Jackson é essencial ao projeto. Ele é o político com mais habilidade e talento para uma disputa eleitoral, em atividade na política sergipana. Sua participação no pleito é extremamente necessária. As questões de dificuldades do governo são fruto de situações que não dependem da vontade política do governador. O déficit previdenciário e a queda de arrecadação estão fora da alçada dos governantes. Jackson é maior que o governo. Décadas de serviços prestados e uma vida política voltada a servir a população de Sergipe são marcas da sua carreira política. E o povo reconhece isso. Jackson nunca se preocupou em construir patrimônio! Acredito que JB sairá vitorioso com sua candidatura e com o projeto.

BM - A oposição tem candidatos fortes o suficiente para bater Belivaldo, Jackson e a chapa escolhida?
ZS - Belivaldo é o homem com história e um currículo capaz de fazer a transição política em Sergipe. Será aquele que vai colocar Sergipe em um futuro político que esperamos. Ele tem um jeito peculiar e acolhedor de fazer política. Portanto, fará as coisas de maneira nova, do seu modo. Belivaldo reúne uma vida honrada, capacidade administrativa, além de um jeito novo de fazer política. Ele tem visão! Quem conhece Belivaldo Chagas sabe do que estou falando.

BM - Na imprensa e nas rodas políticas, muita gente tem dito que pode acontecer com Belivaldo o que aconteceu com o senhor, quando foi escolhido pré-candidato a prefeito pelo PMDB, mas depois perdeu o apoio. O senhor acha que isso pode acontecer com Belivaldo? A situação dele é diferente da sua?
ZS - Absolutamente diferente, sob vários aspectos. Primeiro, Belivaldo está no exercício de um mandato de vice-governador e eventualmente assumirá o governo com o afastamento de JB. Depois, a base, que diga-se de passagem, é muito grande! Existe apenas ele como nosso representante. Na minha época eram três candidatos do mesmo agrupamento! Em consequência disto, existe uma clara e forte unidade em torno do seu nome. São muitos outros aspectos que favorecem sua consolidação e efetivação como candidato do grupo. Belivaldo teve quatro mandatos de deputado, além de dois de vice-governador de Marcelo Déda e de JB. Está testado e comprovado para que possamos acreditar nas suas novas ideias e a forma absolutamente particular de fazer política!

BM – Como o senhor avalia o cenário político atual?
ZS - É quase lugar comum, hoje: a verdade é que o país passa por uma das maiores crises políticas de sua história. No mundo todo, uma grave crise na democracia representativa faz surgir movimentos autoritários que crescem sobre os escombros de um modelo partidário que falhou em oferecer respostas à sociedade, ao mesmo tempo em que movimentos progressistas horizontais mostram que uma nova forma de fazer política é possível, envolvendo toda a sociedade e empoderando o cidadão comum, tendo como modelo a democracia direta grega, um processo tornado possível pelas redes sociais. No Brasil, a situação é ainda mais grave. Nos últimos anos, assistimos estupefatos a um processo inédito de desmonte e de desmoralização das instituições brasileiras. O Legislativo, o Executivo e, agora, até mesmo o Judiciário, passam por uma crise de legitimidade sem precedentes em nossa história.

BM – O senhor acredita que a política pede socorro?
ZS – Sim! Como diz um velho adágio, ‘a crise é a mãe da criatividade’. Esse momento delicado atravessado pela democracia representativa reflete, no fundo, um grito de socorro do povo brasileiro. Partidos e instituições se distanciaram da sociedade e se mostram incapazes de atender aos seus anseios. Mais do que isso: nossa gente exige uma saída à crise estrutural que está estagnando o país e destruindo o futuro de um número cada vez maior de brasileiros, especialmente aqueles que ascenderam socialmente através do aumento do acesso ao consumo nos últimos anos.

BM – E é esse vácuo que o Podemos quer ocupar?
ZS – Sem dúvida! Somos um partido que se reinventou em meio a esse cenário caótico, rompendo com o modelo atual e atendendo ao desejo de mudança expresso pela sociedade brasileira, a partir da percepção de que é preciso propor um novo jeito de fazer política, em que a ética seja uma condição imperativa e que traga novos atores para o cenário político. Queremos pessoas que tragam um currículo, uma história exitosa na gestão pública e, acima de tudo, o compromisso moral de fazer o melhor pelo coletivo em detrimento do projeto pessoal ou partidário. Para o Podemos, isso significa entender, primeiro, que antigas dicotomias foram superadas pela própria dinâmica social e econômica. Hoje, muito mais importante que se definir como “esquerda” ou “direita”, é ter uma visão clara do modelo de sociedade que queremos, das formas como ela se organiza politicamente, das relações econômicas que podem ser criadas ou fortalecidas, e de como fazê-las trazer benefícios para todos. Para isso, é preciso deixar para trás ranços antigos, vícios e ideias ultrapassadas. Nosso diálogo é com o futuro, não com o passado.

BM – Então, para o senhor, o que seria uma ‘nova política’?
ZS – Seria, antes de tudo, entender que é preciso administrar com eficiência o bem público, baseado na busca pelas políticas públicas, com incontestável compromisso social e no respeito absoluto à ética e à transparência. É preciso entender que o Estado só pode avançar com uma gestão eficaz e responsável. A ideia de eficiência, de uma constante busca por resultados deve permear toda a administração pública, sem exceção.Por isso, o Podemos está em busca de nomes que correspondam a essas exigências: gestores eficientes, com visão de futuro e absoluto compromisso ético. As composições partidárias podem e devem ser respeitadas para construção do cenário político, mas não podem determinar prioridades de investimento, nem definir agentes que não contribuam ética e eficientemente com a construção de melhores serviços ou inverter prioridades de políticas públicas e investimento. Queremos, devemos e podemos dialogar especialmente com a juventude, principal motor das transformações sociais. Essa é uma tarefa urgente: o nível de descrédito e desesperança que, justificadamente, vem afetando os nossos jovens (em parte devido às próprias transformações que o mundo vem atravessando, mas principalmente devido à crise das instituições que o Brasil atravessa) é algo que, a continuar assim, terá consequências terríveis. Precisamos mostrar que a política não é o problema, é a solução. Só através da política, podemos transformar o país. Para isso, é necessário que sejamos os agentes da mudança que queremos.

BM – Como o Podemos quer colocar isso em prática, especialmente aqui em Sergipe?
ZS – A Executiva Nacional reformulou a direção do partido em alguns estados, inclusive Sergipe. Para esse novo partido que surge, não é possível compactuar com antigas práticas, nem abdicar de princípios em função de interesses eleitorais. A crise no país não se resolverá de uma só vez, numa eleição. É preciso começar das bases, refundar o modo de fazer política de maneira que ela volte a representar, de verdade, o povo. Isso quer dizer, por exemplo, que vamos buscar integrar ao partido nomes com experiência política, compromisso social, comprovada eficiência administrativa e acertos na definição de políticas públicas. Queremos lideranças que se consolidam cada vez mais a partir de administrações responsáveis e eficientes, guiadas pelos mesmos valores que o Podemos defende. Sergipe tem muitos! Vamos buscar a juventude, com seu olhar inovador, sua inquietude e inconformismo, para definir os rumos do partido.

BM – A eleição de 2018 já é assunto. Como o Podemos pode dar a contribuição em Sergipe?
ZS – O desafio é grande! A proximidade das eleições de 2018 impõe a necessidade de colaborar de maneira efetiva com o avanço de um projeto que, nos últimos 10 anos, modificou para melhor as vidas de milhares de sergipanos, de maneira que não encontra precedentes na história deste estado. O desafio é ainda mais urgente quando lembramos que este é um momento de transição na política sergipana. Neste momento, é extremamente importante que toda a sociedade participe da definição de novas diretrizes. O Podemos pretende dar a sua colaboração discutindo ideias, propondo soluções, buscando catalisar as forças da sociedade para uma ação política pragmática, baseada na busca pela eficiência administrativa e no respeito aos valores da ética, da honestidade e da transparência. Como dizia Gonzaguinha, nós podemos mais, vamos lá fazer o que será!

Foto: Agência Sergipe

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